O ARTISTA
Uma revista jogada ao acaso
Sobre um tapete,
Um jornal velho se desfolhando ao vento
Um cinzeiro transbordando
Uma noite insone,
Uma garrafa de vinho vazia
Uma tela em branco
Cheia de imagens invisíveis,
Palavras inexistentes,
A dor e os prazeres da vida.
O retrato de minha cadela
Pintado a óleo,
E que nunca chegou ao segundo cio
Confirma a minha solidão
E o amor hipócrita dos homens.
O pessimismo,
O sorriso da criança morta
A vida inerte e sempre igual.
E o artista como um cego
Vê apenas o que esta no esquecimento.