O PINTOR DE AQUARIO
De minha cama
Frente a janela aberta
A vida passa e fala que tudo vai muito bem
Para os maus.
Sou triste como um filme de Fassbinder.
Um quarto quente
Sufocante mofo, portas fechadas,
Pesadas cortinas
Rendadas por teias.
Uma garrafa de absinto, deitada e vazia
Sem ninguém para lavar o copo.
Tudo e desordem em minhas palavras
Somente porque não escrevo poemas.
Não me pergunte nada,
Não responderei nada
Tentei quando menino, aprender a falar.
Mas, meu impaciente professor
Desistiu de tudo e também da vida.
Minha mãe coitada
Passando carinhosas mãos em minha cabeça
Deu-me pinceis
Para, quando faminto
Pintasse os meus desejos.
De minha cama
Frente a janela aberta
A vida passa e fala que tudo vai muito bem
Para os maus.
Sou triste como um filme de Fassbinder.
Um quarto quente
Sufocante mofo, portas fechadas,
Pesadas cortinas
Rendadas por teias.
Uma garrafa de absinto, deitada e vazia
Sem ninguém para lavar o copo.
Tudo e desordem em minhas palavras
Somente porque não escrevo poemas.
Não me pergunte nada,
Não responderei nada
Tentei quando menino, aprender a falar.
Mas, meu impaciente professor
Desistiu de tudo e também da vida.
Minha mãe coitada
Passando carinhosas mãos em minha cabeça
Deu-me pinceis
Para, quando faminto
Pintasse os meus desejos.
Ganhei meu primeiro aquário pintando peixes coloridos.
Toda vez que tinha fome ganhava um aquário.
Os peixes, morreram todos por não saber pintar
Seus alimentos.
Hoje, o lixeiro que passa em minha rua
Levou meus quadros da parede
Sem nem ao menos dizer-me
O significado da vida.
De minha cama
Frente a janela aberta,
Passa a consciência da morte.
Delano 1999
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